IF Hoje: Commodities e falas de políticos ditarão os rumos do mercado nesta quarta
É feriado na cidade de São Paulo, mas os negócios não param. Nem a gente. Apesar de esperarmos uma sessão com menor liquidez, até pelo fato de também ser feriado na China, os fatores políticos e os preços das commodities devem ditar o ritmo dos mercados nesta quarta-feira (25).
Enquanto a capital paulista comemora seus 469 anos, a B3 funciona normalmente, enquanto as agências bancárias estarão fechadas. Outra instituição que funcionará normalmente é a política.
Após o fim do encontro da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), na Argentina, o presidente Lula estará hoje em Montevidéu, onde terá encontro com o presidente uruguaio, Luís Alberto Lacalle Pou, e poderá depois falar com a imprensa.
Declarações recentes de Lula têm ido na direção oposta de seu ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que precisa apagar os incêndios criados pelo chefe. Haddad fala em ajuste fiscal e Lula fala em aumentar gastos e cortar impostos. Recentemente Lula criticou a independência do Banco Central e falou em aumentar a meta de inflação, dando a entender que esta é uma questão de menor importância.
Mas quando falamos que o mercado “azeda” ou que “não gosta” das falas do presidente, queremos dizer que, quando Lula dá uma declaração populista, os agentes econômicos ficam temerosos com a inflação e passam a exigir mais juros para alocarem seu capital. Dito isso, os produtores antecipam o aumento de seus preços com medo de pressão nas margens, e por fim, os consumidores antecipam as compras com medo de pagarem mais caro, aumentando a demanda diante de uma oferta estagnada, fomentando um ciclo inflacionário cruel.
Eleições no Congresso Nacional
Outro ponto a ser levado em conta no mundo político é a mudança de Legislatura no próximo dia 1º de fevereiro e as eleições no Congresso. Rodrigo Pacheco e Artur Lira seguem favoritos para reeleição no Senado e na Câmara, mas como o voto é secreto, traições podem acontecer.
Pacheco e Lira contam com ampla base de apoio. Além deles, diversos cargos nas Mesas Diretoras, lideranças e nas maiores comissões estão sendo disputados pelos parlamentares que tomarão posse. É quando se costuma “vazar” dossiês apócrifos à imprensa.
Indicadores
No Reino Unido sairão dados de inflação ao produtor (IPP). Nos Estados Unidos, Índice de Hipotecas, índice de compras MBA, estoques de petróleo e derivados, além da produção.
Por aqui, a FGV vai divulgar o índice de confiança do consumidor.
Balanços
Entre os balanços do dia, os principais serão Tesla, IBM e Boeing. Amanhã começará a temporada no Brasil, com divulgação da Cielo. O que esperar desta ‘Earnings Season’ que já começou?
Falha no sistema da NYSE
Ações de grandes companhias listadas na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE) pararam suas operações nos minutos iniciais do pregão de hoje por conta de uma aparente falha técnica.
De acordo com nota enviada a operadores, a NYSE afirmou estar investigando um problema relatado com seu leilão de abertura, o processo crítico que ocorre todos os dias na abertura do pregão e determina os preços oficiais de início do dia para ações listadas na bolsa.
Mercado ontem
O Ibovespa fechou em alta de 1,15%, aos 113,0 mil pontos, impulsionado pelas ações do setor bancário, que experimentaram um alívio após vários pregões de perdas na esteira da crise da Americanas. Os ganhos do índice não foram maiores porque as empresas ligadas às commodites fecharam em queda.
Na mesma tendência, o dólar comercial fechou em queda de 1,05%, negociado a R$ 5,14, enquanto o petróleo Brent – usado pela Petrobras como referência – caiu 2,34%, a US$ 86,13 o barril. As ações da Petrobras PETR4 e PETR3 caíram 0,52% e 0,92%, respectivamente.
As taxas dos contratos de juros futuros também fecharam em queda, com a cauda longa perdendo até 20 pontos base. O contrato com vencimento em janeiro de 2027 fechou negociado a 12,73%, enquanto para janeiro de 2024 encerrou o dia em 13,49%.
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